Castro volta a polemizar com o governo federal e ataca críticos: 'Ou soma ou suma!'
Cláudio Castro: esperamos foco no RJ pelo governo federal
O governador Cláudio Castro (PL-RJ) concedeu uma entrevista coletiva nesta quarta-feira (28) para falar sobre a megaoperação no Rio de Janeiro, a mais letal da história, realizada na terça-feira (29), e voltou a polemizar com o governo federal.
“A gente não vai ficar respondendo nem ministro nem autoridade queira transformar esse momento em uma batalha política. O recado é: Ou soma no combate à criminalidade ou suma! Temos muita tranquilidade de defendermos tudo que fizemos ontem.”
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O governador afirmou que o número oficial de mortos é de 58: 54 bandidos, segundo a polícia, 2 policiais civis e 2 policiais militares. Segundo ele, o principal indício de que os 54 eram criminosos é porque os confrontos foram todos em área de mate: "Não é possível que alguém estivesse passeando pela mata em um dia de operação".
Castro não esclareceu porque o número de 64 mortos anunciado na terça-feira foi alterado. E também não comentou os outros 64 corpos deixados nesta quarta-feira, por moradores, na Praça São Lucas, na Estrada José Rucas, uma das principais do Complexo da Penha.
“Esperamos do governo federal um foco de integração e de financiamento”
“Aquele que não entender que a segurança pública é o maior problema do Brasil hoje vai se arrepender e pedir perdão à sociedade. É por isso que o Rio de Janeiro sai na frente. Não nos furtaremos a fazer a nossa parte.”
Moradores encontram corpos em mata após megaoperação no Rio
Troca de acusações
A megaoperação virou motivo de troca de acusações entre o governo estadual e o governo federal.
Na manhã de terça, em uma entrevista coletiva sobre a operação, o governador afirmou que estava "sozinho", em referência ao que chamou de falta de ajuda da União.
Ele afirmou que, em diversas vezes ao longo do ano, solicitou empréstimos de veículos blindados das Forças Armadas. Segundo Castro, o pedido não foi atendido, porque o governo federal dizia que, para isso, era preciso um decreto da Garantia da Lei e da Ordem (GLO) por parte da Presidência da República.
Segundo Castro, Lula é contra decretar GLO para as Forças Armadas atuarem nos estados.
“Tivemos pedidos negados 3 vezes: para emprestar o blindado, tinha que ter GLO, e o presidente [Lula] é contra a GLO. Cada dia uma razão para não estar colaborando”, queixou-se Castro.
Em nota, o Ministério da Defesa informou que recebeu um pedido do governo do Rio em Janeiro de 2025.
Esse pedido, segundo a pasta, foi feito em relação a uma tragédia ocorrida em dezembro de 2024, quando uma capitã de Mar e Guerra da Marinha do Brasil faleceu ao ser atingida por uma bala no Hospital Naval Marcílio Dias.
A Defesa informou que, em razão disso, posicionou blindados nos arredores do hospital, ligado às Forças Armadas, respeitando o limite legal de 1.400 metros em torno de instalações militares, medida voltada à segurança da área e dos militares.
Segundo a Defesa, "a Advocacia-Geral da União emitiu parecer técnico indicando que a solicitação do governo do Rio de Janeiro somente poderia ser atendida no contexto de uma Operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), o que demandaria decreto presidencial".
Na tarde desta terça, após as declarações de Castro, o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, afirmou em entrevista coletiva no Ceará que não recebeu nenhum pedido de GLO por parte do governo do Rio.
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