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Recém-contratada descobre câncer de mama durante período de experiência, é efetivada e vence doença

03/11/2025 05:32 G1 — Brasil

Mariana Fernandes descobriu câncer durante período de experiência em empresa de Santos
Arquivo Pessoal
Três meses após ser contratada como supervisora comercial em uma empresa de Santos, no litoral de São Paulo, Mariana Fernandes Silva Soares descobriu um câncer de mama. Ela não esperava que o desafio de provar o valor profissional, ainda no período de experiência, se mesclaria com a luta pela vida, mas fez isso com maestria. Aos 42 anos, atualmente ela celebra uma vitória dupla: a remissão do câncer e a consolidação da carreira.
Mãe de três filhos, Mariana lembrou do desesperou que sentiu ao receber a notícia do câncer em 2022. “Enquanto você não tem informação, você acha que está recebendo diagnóstico de morte, que vai morrer. E eu falo que o câncer não é diagnóstico de morte, é diagnóstico de luta”, afirmou.
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Segundo Mariana, ela descobriu um caroço no peito após sentir uma coceira. Por isso, ela realizou diversos exames até receber o diagnóstico final de carcinoma triplo negativo, tipo de câncer de mama agressivo, em junho de 2022. Na época, a supervisora comercial estava prestes a completar três meses de admissão na Carpo Logistics.
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Ao g1, o diretor comercial da empresa, Leandro Labatut, disse que a primeira preocupação da equipe foi entender qual a real necessidade da funcionária, como quais seriam os próximos passos do tratamento e de que forma a empresa poderia ajudá-la.
"Além dos trâmites administrativos, sempre a respaldamos para iniciar a jornada da cura com a segurança e a tranquilidade de que o seu trabalho não seria afetado. Fizemos o máximo para integrarmos a sua rede de apoio", explicou.
Segundo Mariana, o primeiro passo após o diagnóstico foi a bateria de exames. “Eu continuei trabalhando apesar de inúmeras saídas. Eles [gestores] foram muito compreensivos porque eu fiz inúmeros exames, mais de 50, até começar todo o tratamento”, explicou.
Mariana passou por quimioterapia, cirurgia e radioterapia
Arquivo Pessoal
Tratamento
A supervisora iniciou a quimioterapia e seguiu trabalhando até outubro de 2022. Ela contou que recebeu muito carinho de colegas e queria seguir na ativa por conta da situação financeira, mas foi alertada pelo gestor sobre a necessidade de cuidar da própria saúde.
“Ele foi muito providente porque viu que eu estava indo com esforço, por dedicação, mas não tinha condições”, disse, afirmando que recebeu assistência e garantia de que teria o emprego de volta.
Além disso, a funcionária levou o notebook da empresa para poder se distrair durante o tempo afastada. Após 16 sessões de quimioterapia e cirurgia de quadrantectomia para remover o tumor, Mariana fez 15 sessões de radioterapia e voltou a trabalhar no segundo semestre de 2023.
Mariana fez 15 sessões de radioterapia durante tratamento contra câncer de mama
Arquivo Pessoal
Retorno
Todo o tratamento exigiu, aproximadamente, 10 meses de afastamento. Ao g1, ela contou que, apesar do pouco tempo na empresa de logística integrada, recebeu suporte de colegas e gestores desde o diagnóstico até a realização de exames e o tratamento com cirurgia.
Mariana explicou que sentiu mudanças na memória, foco e atenção, além de sequelas físicas. "Eu tinha dores horríveis quando voltei a colocar um salto e ir para o escritório. Teve uma vez que quase parei de andar de tanta dor que eu sentia nas pernas e não conseguia pisar”, relembrou.
Segundo a supervisora, o apoio da empresa também foi importante no retorno ao serviço. “Eu falo que o pós-câncer é tão desafiador quanto o câncer, porque é uma adaptação, o seu corpo está em outro ritmo. Seus neurônios foram fritados pela quimioterapia”.
De acordo com Labatut, o retorno da funcionária foi muito bom. "Ficamos muito felizes por ela estar bem de saúde e pronta para voltar ao trabalho. A equipe foi muito receptiva e compreensiva, para que ela tivesse a melhor adaptação possível à nova rotina, pois ficou alguns meses afastada. Nunca com olhar de pena, mas sim com o objetivo de somar para fazer acontecer".
Hoje em dia, Mariana segue em acompanhamento com oncologista a cada três meses e realiza tratamento com fisioterapia especializada devido às sequelas, mas celebra o processo que trouxe aprendizados para toda vida.
“O meu cargo estava lá e eu vi o quanto eu cresci de lá para cá [...]. As pessoas me acolheram super bem e eu sou muito feliz”, finalizou.

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