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Artrose: por que César Filho precisou de mais uma cirurgia e como evitar a doença

22/10/2025 11:28 O Globo — Rio

O apresentador César Filho recorreu a mais um procedimento cirúrgico no joelho para amenizar as dores causadas pela artrose, condição degenerativa que tem se tornado cada vez mais comum, especialmente entre a população idosa. Fatores como envelhecimento da população, obesidade, sedentarismo e a prática crescente de exercícios de alto impacto contribuem para o aumento dos casos da doença.
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Nas redes sociais, César relatou os detalhes da cirurgia. "Essa é a terceira cirurgia que eu sofro. Fiz ligamento cruzado, depois cartilagem e agora uma espécie de limpeza, porque tinha detritos. Tenho artrose no joelho e o médico retirou fragmentos de osso que estavam se raspando, causando dor constante. O objetivo é melhorar minha qualidade de vida e evitar uma prótese agora", explicou.
César Filho revela cirurgia para aliviar dores da artrose no joelho
Reprodução Instagram
A artrose é uma enfermidade crônica que acomete a cartilagem das articulações e o osso subcondral — a região logo abaixo dela.
"A doença acomete a cartilagem articular sendo causada pela sua degeneração, e que acomete o osso imediatamente abaixo da cartilagem, também chamado de osso subcondral. Ela é considerada uma doença relacionada ao envelhecimento e/ou uso excessivo da articulação. Os casos de artrose seguem em alta basicamente por quatro fatores: 1) cada vez mais as pessoas estão vivendo mais, ou seja, a população tem se tornado mais idosa; 2) a incidência da obesidade tem aumentado muito e ela é um fator predisponente importante para a artrose; 3) aumento da prática de atividades físicas de impacto; e 4) aumento do sedentarismo", detalha o ortopedista especialista em joelho e traumatologia esportiva, Marcos Cortelazo.
Fernando Jorge, ortopedista especializado em Medicina Intervencionista em Dor da Faculdade de Medicina da USP (Ribeirão Preto), reforça que, apesar da associação comum com o envelhecimento, a artrose tem atingido pessoas mais jovens.
"E apesar da artrose de joelho ser considerada uma doença relacionada ao envelhecimento, as pessoas mais jovens também estão desenvolvendo a condição justamente por causa do aumento da prática de atividade físicas de impacto, bem como pela maior incidência de obesidade entre a população mais jovem", alerta.
Segundo Dr. Marcos, a prevenção envolve cuidados que preservem a articulação, como manter o peso adequado, fortalecer a musculatura, evitar uso excessivo e proteger contra torções e traumas. As articulações mais afetadas são joelhos, quadris, mãos, coluna vertebral, pés e ombro, com predomínio no joelho.
O especialista destaca a importância de procurar ajuda médica diante de sintomas como dor constante, limitação de movimentos e inchaço frequente.
"As principais atividades físicas que podem proteger as articulações e diminuir o avanço da artrose são a musculação, fortalecimento e as atividades aeróbicas sem impacto ou de baixo impacto como: bicicleta, Transport e natação. Dietas apropriadas também são recomendadas, assim como a perda de peso. Fisioterapia também é fundamental em qualquer uma das fases com os seguintes objetivos: controle da dor, manutenção do movimento e fortalecimento", orienta.
César Filho revela cirurgia para aliviar dores da artrose no joelho
Reprodução Instagram
Os avanços no tratamento, segundo Dr. Marcos, incluem o uso de substâncias que protegem a cartilagem, como o ácido hialurônico, e próteses cada vez mais personalizadas. "Atualmente, em casos mais leves, o gerenciamento da artrose envolve uso de medicações analgésicas e anti-inflamatórias, fisioterapia, condicionamento físico e infiltrações de ácido hialurônico, que é capaz de proteger a cartilagem através da diminuição do atrito e controle do processo inflamatório articular", esclarece Dr. Fernando.
Cirurgias para substituir articulações são indicadas em estágios avançados, quando a dor, limitação dos movimentos e deformidades comprometem a qualidade de vida. "Vale ressaltar que as articulações artificiais têm vida útil limitada e podem durar cerca de 15 a 20 anos, variando de acordo com fatores como peso e nível de atividade física. Por isso, o ideal é que a cirurgia seja adiada a ponto de a pessoa precisar apenas de uma substituição ao longo da vida", acrescenta Dr. Fernando.
Para o futuro, Dr. Marcos prevê tratamentos baseados na medicina regenerativa para controlar a dor e retardar a progressão da doença em casos leves e moderados. "Nos casos graves a evolução caminha para o uso de próteses customizadas, ou seja, cada vez mais personalizadas e adaptadas ao próprio paciente", conclui.

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