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Jaci, a deusa da Lua tupi, dá nome ao novo supercomputador brasileiro

31/10/2025 20:54 O Globo — Rio

O Brasil tem um novo supercomputador, e ele herdou o nome da deusa da Lua tupi-guarani. O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) anunciaram nesta sexta-feira (31) o nome do novo supercomputador nacional: Jaci, em homenagem à deusa da Lua na mitologia tupi-guarani, companheira de Tupã, que batizou a máquina anterior.
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A escolha foi feita por meio de uma votação popular nas redes sociais do MCTI e do Inpe, entre 16 e 26 de outubro. Mais de 2 mil pessoas participaram da enquete, que tinha quatro opções de nomes: Jaci, Arani, Aracy e Arandu, todos inspirados em línguas e mitologias indígenas. A campanha, batizada de "Um nome para o futuro", buscou aproximar ciência, cultura e participação pública.
Segundo o Inpe, Jaci simboliza sabedoria, renovação e a força da natureza, atributos que dialogam com a missão científica da instituição. Assim como Tupã representa o trovão e o poder dos céus, Jaci reflete o brilho da Lua e o ciclo da noite, evocando o equilíbrio e a harmonia da vida.
Instalado no Centro de Dados Científico do Inpe, em Cachoeira Paulista (SP), o novo supercomputador multiplica por seis a capacidade de processamento e aumenta em 24 vezes o armazenamento de dados em comparação ao Tupã. Com isso, o Brasil ganha fôlego para produzir previsões meteorológicas e climáticas mais rápidas e detalhadas, em um momento de intensificação dos eventos extremos, como secas e tempestades.
Jaci permite rodar modelos com resolução espacial de até 3 quilômetros, frente aos 20 quilômetros do sistema anterior. Isso significa identificar fenômenos locais — como ondas de calor em áreas específicas de grandes cidades ou tempestades em regiões montanhosas — e emitir alertas antecipados que ajudam a Defesa Civil, a agricultura e o setor energético a se preparar melhor.
Soberania científica
A nova máquina é o primeiro passo do Projeto Risc (Renovação da Infraestrutura de Supercomputação do Inpe), financiado pela Finep com recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT). O plano prevê a instalação de outros três supercomputadores até 2028 e inclui a modernização da infraestrutura do centro de dados, com sistemas de refrigeração, armazenamento e até uma usina de energia solar para tornar o complexo mais sustentável.
No coração desse avanço está o Monan, modelo climático brasileiro de código aberto que integra dados da atmosfera, dos oceanos e da superfície terrestre. Com ele, será possível prever com mais precisão ondas de calor, estiagens e enchentes, fortalecendo a resposta nacional às mudanças climáticas.

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