Trinidad e Tobago coloca Exército em 'alerta geral' em resposta à crise entre EUA e Venezuela
Trinidad e Tobago colocou suas Forças Armadas em "alerta geral" nesta sexta-feira e convocou as tropas a retornarem aos quartéis, segundo uma mensagem divulgada pelas forças de segurança e vista pela AFP. O alerta ocorre em meio à mobilização militar dos EUA no Caribe, que o governo americano justifica ser uma ação contra o narcotráfico. Já a Venezuela classifica a presença de meios militares dos Estados Unidos a quilômetros de sua costa como uma "ameaça" à "mudança de regime".
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"Alerta máximo: Com efeito imediato, as Forças de Defesa de Trinidad e Tobago (TTDF) estão em NÍVEL DE ALERTA UM. Todos os membros devem se apresentar em suas respectivas bases", dizia a mensagem enviada pelas Forças Armadas a todos os oficiais. A polícia cancelou "todas as licenças", de acordo com mensagens vistas pela AFP.
O pessoal foi instruído a se apresentar em suas respectivas bases às 18h no horário local (19h no Brasil) desta sexta-feira. "Recomenda-se fortemente que todos façam os arranjos necessários com suas famílias e concluam todos os preparativos pessoais para o autoisolamento", continuava o comunicado.
Horas antes, o presidente americano, Donald Trump, negou que esteja considerando ataques militares contra a Venezuela, em meio ao aumento da presença das Forças Armadas dos Estados Unidos no Caribe e no Pacífico. A declaração contradiz uma matéria do jornal Miami Herald que afirmava que um ataque “poderia ocorrer a qualquer momento”. A mobilização militar desatou temor em Caracas, que acusa Washington de preparar uma ofensiva para derrubar o governo de Nicolás Maduro.
Segundo reportagem do Miami Herald, a Casa Branca teria aprovado uma ofensiva contra instalações militares dentro da Venezuela, enquanto o Wall Street Journal, outro veículo americano, afirmou que o governo já havia identificado possíveis alvos, mas ainda não decidira se executaria a operação.
Questionada anteriormente sobre a reportagem, a porta-voz da Casa Branca, Anna Kelly, disse que “fontes não identificadas não sabem do que estão falando” e que qualquer anúncio viria de Trump.
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Operações e tensões no Caribe
Washington acusa o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, de liderar um cartel de drogas e, desde agosto, lançou uma operação antidrogas no Caribe e no Pacífico, matando pelo menos 62 suspeitos de tráfico de drogas em 16 ataques contra embarcações, cuja legalidade tem sido questionada internacionalmente.
O governo de Trinidad e Tobago demonstrou abertamente seu apoio a essas operações, o que gerou tensão com a Venezuela. O confronto se intensificou no último domingo, quando Porto Espanha recebeu o navio de guerra USS Gravely para exercícios militares no arquipélago, o que Caracas considera uma "provocação" com o intuito de incitar uma "guerra".
A Assembleia Nacional da Venezuela declarou a primeira-ministra de Trinidad e Tobago, Kamla Persad-Bissessar, persona non grata na terça-feira, enquanto Maduro ordenou a suspensão dos acordos de fornecimento de gás com o arquipélago, em vigor desde 2015.
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