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Sono ruim? Enxaqueca, ronco, pernas inquietas e alimentação podem estar sabotando seu descanso, dizem especialistas

31/10/2025 04:30 O Globo — Rio

Ter uma boa noite de sono vai além de simplesmente dormir mais horas: é necessário que o descanso seja reparador. Entretanto, condições de saúde podem atrapalhar o sono e comprometer a regeneração natural do corpo. "Doenças intrínsecas do sono, como ronco, apneia e síndrome das pernas inquietas, por exemplo, são comuns na população e podem gerar noites mal dormidas. Muitas vezes, essas condições são desconhecidas ou negligenciadas", explica o otorrinolaringologista Paulo Reis, especialista em Medicina do Sono e coordenador científico do grupo Bonviv Brasil.
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A importância de manter ritmos circadianos equilibrados é ressaltada pela endocrinologista Deborah Beranger, com pós-graduação em Endocrinologia e Metabologia pela Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro. "Manter ritmos circadianos saudáveis no cérebro pode melhorar a duração e a qualidade do sono, e um sono melhor se correlaciona com uma função neural mais eficiente e menor risco de Alzheimer, que tem sido associado ao sono fragmentado", afirma.
A seguir, especialistas detalham como algumas condições específicas podem afetar o descanso e o que fazer para minimizá-las.
Enxaqueca
O que acontece:
Crises de enxaqueca prejudicam o sono, criando um ciclo em que a falta de descanso agrava a dor. "Sono e enxaqueca possuem uma relação profunda e intrincada. Os mecanismos cerebrais que controlam a dor e o sono estão interligados. Por exemplo, o hipotálamo, que regula o ciclo sono-vigília, também modula sinais de dor e a liberação de hormônios durante crises de enxaqueca. Neurotransmissores como serotonina e melatonina influenciam tanto o controle do sono quanto a sensibilidade à dor", explica o neurologista Tiago de Paula, membro da International Headache Society (IHS).
Além disso, dormir em excesso ou de forma insuficiente pode piorar as crises. "A dor e a ansiedade causadas pela enxaqueca geram insônia e despertares frequentes. Durante a crise, há alterações químicas no cérebro, com mudanças nos níveis de neurotransmissores, quebrando o padrão normal do sono e prejudicando a recuperação", completa.
O que fazer:
O tratamento deve ser orientado por um especialista e integrar abordagens além do uso de medicamentos. “O controle eficaz passa por mudanças no estilo de vida somadas a terapias comprovadas, como aplicação de toxina botulínica em pontos específicos e medicamentos monoclonais Anti-CGRP, que bloqueiam substâncias ligadas à inflamação e dor. Embora não exista cura, a enxaqueca pode ser controlada com eficácia. Quando o tratamento é correto, todos os gatilhos perdem força”, explica Dr. Tiago.
Ronco
O que acontece:
Roncar com frequência indica problemas respiratórios durante o sono. Dr. Paulo compara o ronco a "soprar por um canudo amassado": o som surge do esforço que o ar faz para passar por uma via aérea estreitada. "O estreitamento pode ocorrer por excesso de peso, posição ao dormir, álcool, tabagismo, rinite, desvio de septo ou amígdalas aumentadas. Cada pessoa tem uma causa diferente, e o tratamento precisa ser individualizado", alerta.
O ronco também pode acompanhar a apneia do sono, condição em que a respiração é interrompida diversas vezes. "O sono se fragmenta, o corpo não descansa e a oxigenação cai. O paciente pode acordar cansado, irritado e sonolento durante o dia, e há risco aumentado de hipertensão, infarto e AVC", esclarece o especialista.
O que fazer:
O primeiro passo é procurar um especialista, que poderá identificar a causa e indicar exames como a polissonografia. "O exame registra respiração, oxigenação e ritmo cardíaco durante a noite. Hoje, pode ser feito em casa, oferecendo resultados mais próximos da realidade", detalha Dr. Paulo.
O tratamento é personalizado: hábitos simples podem ajudar, como dormir de lado, evitar álcool, perder peso e não fumar. Casos mais graves podem exigir exercícios específicos, aparelhos, cirurgia ou CPAP — equipamento que mantém as vias aéreas abertas. "O CPAP é o padrão-ouro no tratamento da apneia. A cirurgia é indicada apenas quando há alterações anatômicas claras, como amígdalas grandes ou desvio de septo", destaca.
Síndrome das Pernas Inquietas (SPI)
O que acontece:
"Pacientes não conseguem parar de mexer as pernas, principalmente à noite, comprometendo o sono profundo. Isso gera cansaço diurno. A SPI desobedece ao ciclo circadiano: melhora com movimento e piora em repouso", diz a cirurgiã vascular Aline Lamaita, membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular.
O que fazer:
O primeiro passo é avaliar condições associadas, como deficiência de ferro, diabetes, artrite ou uso de antidepressivos. "O tratamento dessas condições pode aliviar os sintomas. Algumas medidas adicionais incluem banho quente, massagens, calor ou frio local, exercícios regulares e evitar cafeína", relata a médica.
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