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Israel anuncia retomada do cessar-fogo após série de bombardeios em Gaza

29/10/2025 05:42 O Globo — Rio

O Exército de Israel anunciou, nesta quarta-feira, que retomou o cessar-fogo na Faixa de Gaza após realizar uma série de bombardeios contra dezenas de alvos desde o dia anterior. Na terça-feira, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, ordenou a realização de "bombardeios poderosos" em retaliação ao que descreveu como violações do Hamas ao acordo obtido com mediação dos EUA.
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“Após uma série de bombardeios, nos quais foram atingidos dezenas de alvos terroristas e combatentes terroristas, as FDI [Forças de Defesa de Israel] voltaram a aplicar o cessar-fogo em resposta às violações do Hamas”, afirmou o Exército.
“Como parte dos ataques, as FDI e o Shin Bet [serviço de inteligência interna] atingiram 30 terroristas que ocupavam postos de comando dentro das organizações terroristas que operam na Faixa de Gaza”, acrescentou.
Segundo a Defesa Civil do enclave, os ataques deixaram ao menos 30 mortos e 50 feridos na Cidade de Gaza e Khan Younis. O vice-presidente americano, J.D. Vance, que esteve recentemente em Israel, afirmou que o cessar-fogo ainda está em vigor, classificando os acontecimentos desta terça-feira como "pequenos embates aqui e ali".
— Esperamos que os israelenses respondam [a agressões de combatentes], mas acho que a paz [do presidente Donald Trump] vai se manter apesar disso.
Mais cedo, o Exército acusou o Hamas de disparar com um franco-atirador e com um míssil antitanque contra militares israelenses que realizam operações perto da cidade de Rafah, no sul de Gaza. As Forças Armadas de Israel (FDI, na sigla em inglês) responderam às agressões com disparos de artilharia. O incidente se passou em meio ao descontentamento no Estado judeu com a devolução dos corpos dos reféns mortos, incluindo a última, na segunda-feira, que Netanyahu considerou violar diretamente o acordo.
— O Hamas violou a estrutura ao não devolver os reféns e atacar nossas forças — disse David Mencer, porta-voz de Netanyahu, na noite de terça-feira.
O Hamas, que passou a controlar Gaza em 2007, negou ter atacado as tropas israelenses no território. Antes disso, acusou Israel de cometer "violações" ao acordo de trégua, como bombardeios israelenses recentes e o fechamento do posto de passagem de Rafah com o Egito, e anunciou o adiamento da entrega do corpo de mais um refém inicialmente prevista para esta terça — o que reduziria o número de sequestrados a serem repatriados para 12.
"Adiaremos a entrega que estava marcada para hoje devido às violações da ocupação", indicou as Brigada Ezzedine al-Qassam, braço armado do grupo, em um comunicado, acrescentando que qualquer "escalada israelense dificultará a busca, a escavação e a recuperação dos corpos".
As autoridades israelenses acusam o Hamas de falta de comprometimento na devolução dos corpos, apesar das alegações do grupo de que há dificuldade de localizar os restos mortais por causa da grande quantidade de destroços no enclave, depois de dois anos de guerra.

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