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Virgínia, Vini Jr., Zé Felipe e Ana Castela: o impacto dos novos relacionamentos na infância de filhos de famosos

29/10/2025 05:04 O Globo — Rio

O anúncio do novo relacionamento entre Virgínia Fonseca e o jogador Vinicius Jr., confirmado nas redes sociais na terça-feira (28), movimentou a internet e dominou as manchetes. A influenciadora e o atleta assumiram publicamente o romance poucos meses após o fim do casamento da empresária com Zé Felipe, que também está em um novo relacionamento, com a cantora Ana Castela.
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A repercussão vai além da curiosidade em torno dos casais. O tema reacendeu uma discussão importante: como filhos de pais famosos lidam emocionalmente com separações e novos relacionamentos vividos sob intensa exposição pública?
Segundo a neurocientista e especialista em desenvolvimento infantil Telma Abrahão, o amor pode terminar entre os adultos, mas a responsabilidade emocional com os filhos deve permanecer inalterada.
"O amor pode acabar entre os pais, mas a responsabilidade emocional pelos filhos não. São três crianças, três sistemas nervosos em formação, três pequenos corpos tentando compreender o que nem adultos conseguem explicar. Quando pais muito expostos se separam e rapidamente iniciam novas relações sob os olhos da mídia, quem mais sente são os filhos. Eles não entendem manchetes, mas percebem olhares, tons de voz e ausências", explica Telma.
De acordo com a neurocientista, o cérebro infantil registra como ameaça qualquer experiência que gere insegurança.
"O cérebro infantil registra tudo o que é sentido como ameaça: a insegurança, o ciúme, o medo de ser trocado. E cada registro é uma nova ativação no eixo do estresse, o mesmo eixo que molda a forma como essa criança vai amar, confiar e se relacionar no futuro", afirma.
Telma ressalta que, na primeira infância, o cérebro ainda depende da corregulação emocional com os adultos de referência, processo essencial para o desenvolvimento da segurança interna:
"Quando esses adultos estão em turbulência emocional, o sistema nervoso da criança perde o espelho da segurança. Em vez de aprender que o mundo é previsível e seguro, ela aprende que o amor é instável e que o afeto pode desaparecer de um dia para o outro."
A especialista reforça que o problema não está na separação em si, mas na ausência de proteção emocional diante da superexposição.
"Para os filhos da separação exposta, o perigo não é o fim do casamento, é o excesso de estímulos, a superexposição e a ausência de um espaço de acolhimento. Enquanto os adultos buscam visibilidade, os filhos precisam de invisibilidade, de silêncio, de proteção, de um refúgio seguro onde possam apenas ser crianças", observa.
Telma conclui com um alerta sobre o que realmente fica gravado na memória emocional infantil:
"Eles não precisam saber de tudo. Precisam sentir que continuam sendo prioridade, mesmo quando o amor entre os pais acabou. Porque o que se grava no cérebro deles não são as notícias… são as emoções que viveram nesse processo."

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